SINOPSE
Carnaval 2012
Tema: SOBRADINHO O MAIS QUERIDO DO DF
Diretoria do Bloco: Humberto, Mário, Neide e Marcelo 17
Objetivo: estrear no carnaval de rua de Sobradinho I e Sobradinho II, defendendo o Sobradinho Esporte Clube, através da cultura popular do samba.
Cores: PRETO e BRANCO
Apresentação
Tudo na vida tem um começo... tem um início e com o Leão da Serra não foi diferente. Contudo, o desenrolar da sua história, com suas idas e vindas na busca de firmar os seus alicerces, foi e tem sido construído, desconstruído e reconstruído por muitos. Dessa forma, a Raça Alvinegra traz orgulhosamente, a história do Sobradinho E.C o mais querido do Distrito Federal, em prosa, verso e samba, com a cara do povo da nossa amada cidade serrana, e que ainda está nas suas primeiras páginas...
Seja bem-vindo ao nosso carnaval preto e branco, e juntos vamos continuar a escrever esta história !!!
O INICIO
E assim começou, em plena ditadura militar, o nascer prematuro do futebol profissional do DF, com uma canetada, no estilo esporte governamental e que, como regra geral, se desenvolveu de ‘cima pra baixo’, de ‘frente pra trás’...
A história tá ai pra provar, os times que tínhamos por aqui, eram em sua grande maioria times das construtoras, formados por trabalhadores ligados a elas.
Primeiro venho os estádios, muita grana envolvida..., depois vieram como num toque de recolher, os times pra justificar o injustificável, e mais depois ainda, meio desconfiado de tudo, tipo meio espantado, o torcedor comum, aquele sujeito da cor da terra vermelha da nova capital, que mesmo das rodas de bate papo em torno do futebol entre as construtoras, ainda estava tentando assimilar a transformação repentina de alguns times amadores em times profissionais...tanto que anos depois, muitos destes times que nasceram prematuros vieram a falecer.
Mas por aqui em nossa acolhedora cidade serrana, foi um pouco diferente.
Lá nos anos 60 e 70 a diversão, além das festas ao som dos Beatles, Rolling Stones, Raul Seixas, Geraldo Vandré, Zé Ramalho, Break´s, samba e etc, era o futebol amador, um pouco tempo depois as outras categorias como o juvenil e o infantil. Os treinos nos sábados, os jogos nos domingos. Os campos cheios de médios e bons jogadores. Os craques eram muitos. A “fartura” era grande, pra todos os gostos. O pagamento? Ah, o pagamento era uma cerveja gelada no final do jogo quando o dinheiro dava, quando não, ia com a cachaça 3 Fazendas mesmo, a bebida oficial para aqueles que se aventuraram na construção de Brasília...
De um joguinho aqui outro acolá, os times iam se formando e com eles, as competições surgindo naturalmente. A torcida, composta na sua grande maioria por gente humilde mesmo, com mãos calejadas, lotavam os campos de terra para vibrar com as jogadas e os jogos imortais. Durante a semana os comentários das partidas tomavam conta da cidade.
Nesta simbiose, três trabalhadores de uma companhia férrea paulistana: Rodrigo Luiz, Leonardo Luiz e Lessy, inspirados na história de um dos mais populares times do Brasil, o Corinthians Paulista, resolvem fundar o Sobradinho Esporte Clube.
E em 1º. de janeiro de 1975, lá estavam, ajudados por mais oito trabalhadores. E o time que substitui de maneira natural o Campineira, um dos ex-lendários times amadores da nossa cidade. Em poucos meses, o Sobradinho E.C, ia fazendo parte do cotidiano da cidade que já naqueles anos era tradicional no futebol amador do DF, e mais tarde se consagraria em todas as demais categorias.
Com isso podemos afirmar que tínhamos quase tudo do que precisávamos para o sucesso de um projeto de médio a longo prazo: jogadores, torcida e uma cidade que respirava, literalmente junto com o poeira, o futebol. A inauguração do Estádio Augustinho Lima em 1978, foi mais um ponto a nosso favor. Olha só, uma cidade da periferia diferente, por ter sido melhor planejada que todas as outras, e por isso virou modelo, com muita gente humilde é verdade, mas diferente, agora já poderia trazer jogos importantes.
Destaque: Sobradinho, cidade serrana, modelo de urbanização. Cidade do futebol, do samba, rock, de pessoas humildes. Os trabalhadores novamente a frente das principais idéias, são de suas mãos e mentes, o nascimento do Sobradinho E.C.
O AUGE
Alguns anos depois, a sincronia de um projeto simples, mas bem articulado com todas as categorias do futebol amador da cidade, foi o combustível para a ascensão do Sobradinho E.C no Distrito Federal e logo depois no Brasil.
Jogadores nascidos na cidade chamaram a atenção dos grandes clubes Brasileiro, e a equipe principal, era classificada como a grande surpresa do brasileirão da época.
A hegemonia do futebol brasiliense estava quebrada, e melhor ainda, por um time da periferia do DF.
O Sobradinho, depois do Brasília, que tinha assumido o posto do CEUB, figurou no time mais querido do DF, com a conquista inédita de campeão de Brasília em 1985, um ano depois de ter ficado com o vice-campeonato.
O caminho estava tão certo que voltamos a ser campeão no ano seguinte. O Bi-Campeonato de 1986, coroava um projeto de quase 8 anos. Foi a partir daí que outras equipes da região, despertaram para a realidade que estava acabando de se revelar e se consolidar. A receita de sucesso daqui serviu para muitos outros de lá...
Destaque: Boas idéias têm o seu sucesso em projetos bem feitos e bem executados, com pessoas comprometidas. Foi daí que conquistamos o Bi-Campeonato de Brasília, foi daí que nos tornamos o mais querido do DF e a boa novidade no cenário do futebol brasileiro.
O LONGO INVERNO
Mas como num grande escorregão, típico de um grande porre, os sucessivos tropeços nas próprias pernas, se originou principalmente no equivoco de acreditar que o sucesso era para sempre, que não precisava aperfeiçoar o que deu certo e corrigir os erros, para superação dos limites, caindo sobre todos um grande inverno. As finanças se esgotando, as equipes com jogadores medíocres, a torcida entristecida começou a abandonar a arquibancada...tudo ia se desfazendo.
Vieram os oportunistas com suas fórmulas mágicas... nada dava certo. Venho a queda do gigante... oscilações... depois mais outra e mais outra... e o inverno nesta altura já se transformava num estado deprimente. Tudo se tornando cinzas. Coincidência ou não, o futebol amador também estava mudado. Times com estruturas e vantagens financeiras para jogadores... o mercado do futebol amador estava dando as cartas... Os campos estavam vazios, os jogadores foram sumindo, os times também, ficou o Futebol Amador S/A ... a cidade que respirava futebol, já não era mais a mesma.
Destaque: o início do fracasso esta na prepotência de se achar que o feito é suficiente para todo o resto... quando se abre mão de aperfeiçoar, aprimorar, aprofundar as relações de sucesso, e ao mesmo tempo, corrigir o que se é necessário, só resta juntar fracassos. E assim foi com o Sobradinho E.C., após o Bi-Campeonato. As relações humanas são desse jeito, preparar a terra, semear e colher o que plantou e no nosso caso toda a cidade colheu aquilo que plantou, durante todos esses anos, após as grandes conquistas: os frutos podres do futebol, se descuidando da sua principal vocação esportiva: por aqui quase tudo se acabou...
O DESPERTAR
O Leão voltou!!! Após 25 anos do título do Bi-Campeonato de Brasília, em que o time por todos estes anos oscilou mais pra baixo do que pra cima... surge um novo cenário com a chegada da renovação. Renovação com gente de casa na gestão do time. Renovação com gente que cresceu aprendendo a respeitar o Sobradinho como ele deve ser respeitado. Renovação com gente da própria cidade e que a ama e defende.
Por este simples detalhe, associado pela trajetória de vida de cada um que compõem a nova diretoria do Sobradinho E.C, podemos afirmar que o Leão voltou !!!!
Sabemos que o caminho é longo e cheio de pedras, mas a cidade já sente um novo clima no ar. Um clima mais leve, festivo e com um alto grau de compromisso no resgate das coisas boas que ficaram para trás.
E aqui estamos nós, juntos para reorganizar a casa, mudar os móveis, pintar a parede, arrumar a porta, trocar as fechaduras, e o mais importante, preservar e fortalecer a nossa história.
Vamos juntos com o mais querido do DF, escrever novos capítulos repletos de vitórias e superações, sem esquecer os erros passados.
Destaque: Todo tempo é tempo de recomeçar. A cidade está despertando, redescobrindo a eficácia da simplicidade e seriedade em torno do futebol amador, juvenil e infantil para toda a comunidade, como tem que ser. O Leão está de volta. Como numa relação umbilical. A atual diretoria, em passos pequenos mas firmes, está a frente da nova (r)evolução nas questões do futebol serrano. É hora de reconstruir.
